Utilização de métodos biogeográficos hitóricos na delimitação de áreas de conservação no Brasil
Resumo
Resumo : Os Métodos da Biogeografia Histórica podem ser usados como ferramentas para a delimitação de áreas de conservação. Os primeiros escritos com a finalidade de preservação de áreas e recursos no Brasil são da época do Brasil Colônia, mas tinham o objetivo de garantir o controle sobre os recursos naturais de grande importância econômica. Em 1934 foi instituído o primeiro Código Florestal Brasileiro e 3 anos depois foi criado o primeiro parque nacional, o Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro. Já em 1965 houve a necessidade de implementação de um novo Código Florestal. Atualmente o Brasil possui um Sistema Nacional de Unidades de Conservação, criado em 2000, com 12 categorias de unidades de conservação, classificadas em Unidades de Conservação de Proteção Integral ou Unidades de Conservação de Uso Sustentável. Desde 2007 o Brasil conta com o ICMBio para implantar e fiscalizar as unidades de conservação e com o Ibama para realizar o licenciamento ambiental, autorização do uso de recursos e fiscalização ambiental. A definição das áreas de conservação no Brasil é feita pelo Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica (PROBIO), no qual a metodologia empregada na delimitação de áreas de conservação é baseada no Programa de Workshops Regionais da Conservation International. Essa metodologia consiste no levantamento prévio de informações científicas, seguida pela realização de workshops em que especialistas discutem e identificam áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade. Como resultado do workshop, são produzidos relatórios e mapas das áreas identificadas. A Biogeografia Histórica estuda a distribuição congruente dos táxons, e assim seus métodos possuem relevância para a conservação da biodiversidade. Nesse sentido, sugere-se a utilização dos métodos biogeográficos históricos na delimitação das áreas prioritárias, visto que esses métodos são passíveis de repetição, testáveis e de baixo custo. Os métodos aqui abordados são a Pan-Biogeografia e a Análise Parcimoniosa de Endemismo (PAE). A Pan-Biogeografia, pela conexão dos traços generalizados, identifica os nós biogeográficos, que são considerados pontos de confluência de biotas de origens diferentes e de alta riqueza taxonômica, possuindo assim condição especial para a conservação. O PAE produz um cladograma de áreas através da construção de uma matriz área versus táxon, e a partir desse cladograma de área identificam-se áreas endêmicas, que são aquelas que abrigam pelo menos duas espécies que possuam limites de distribuição próximos. E as áreas endêmicas são consideradas prioritárias na conservação da diversidade biológica.
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