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dc.contributor.advisorBoeger, Walter Antonio Pereira, 1957-pt_BR
dc.contributor.authorBraga, Mariana Pirespt_BR
dc.contributor.otherUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Ecologia e Conservaçaopt_BR
dc.contributor.otherAraújo, Sabrina Borges Linopt_BR
dc.date.accessioned2013-08-06T19:14:36Z
dc.date.available2013-08-06T19:14:36Z
dc.date.issued2013-08-06
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/1884/29953
dc.description.abstractResumo: Redes de interação são usadas para representar qualquer tipo de relacionamento entre objetos discretos. Análise de redes tem sido utilizada para retratar a complexidade de sistemas em várias áreas da pesquisa. Fluxos de energia caracterizando relacionamento trófico entre espécies são interações (links) que também podem ser medidas entre espécies (nós) na rede. As vantagens de tratar interações entre espécies como uma rede não incluem apenas uma representação visual de sistemas ecológicos complexos, mas também representa um mecanismo formal de medir atributos das espécies, propriedades de sistemas inteiros e como eles variam no espaço e no tempo. Alguns atributos biológicos parecem ter influência sobre os padrões de interação em redes ecológicas, e.g. abundância das espécies, tipo e intimidade da interação. Até recentemente considerava-se que redes de interações antagonísticas (parasito-hospedeiro, predador-presa) são caracterizadas por alta modularidade e baixo aninhamento. Contudo, trabalhos sugerem que redes antagonísticas, assim como as mutualísticas, podem ser modulares e/ou aninhadas dependendo da intimidade da interação, ou seja, o grau de integração biológica entre os indivíduos que interagem. Parasitismo, que é a interação consumidor-recurso mais comum na natureza, pode ser visto como uma rede bipartida de interações de alta intimidade. A análise de redes tem sido extensivamente aplicada a interações mutualísticas, como entre plantas e seus polinizadores ou dispersores. Comparativamente, ainda existem poucos estudos de redes parasito-hospedeiro, embora parasitos constituam um componente fundamental de teias tróficas. Monogenoidea é uma classe de Platyhelmintes composta principalmente por ectoparasitos que vivem nas brânquias ou superfície corporal de peixes marinhos e dulcícolas. Esses parasitos possuem ciclo de vida monoxênico, i.e. completam seu ciclo de vida em uma única espécie hospedeira e podem ser capazes de colonizar hospedeiros a partir de um indivíduo. Os Monogenoidea também são conhecidos pela alta especificidade à espécie hospedeira, que não é necessariamente o resultado de coespeciação apenas, mas também de processos não vicariantes como troca de hospedeiro. O objetivo do primeiro capítulo deste trabalho é descrever padrões gerais de distribuição dos Monogenoidea que parasitam brânquias de peixes dulcícolas na Região Neotropical. A descrição de padrões gerais e únicos das interações parasitohospedeiro podem apontar associações que podem ser usadas como modelo para o estudo da importância relativa da história evolutiva e de fatores ecológicos recentes sobre as regras de montagem que atuam sobre as redes ecológicas. Este trabalho é baseado em um banco de dados das ocorrências de espécies de Monogenoidea em espécies de peixes hospedeiras. A partir do banco de dados, matrizes de interação foram criadas organizando as espécies em diferentes níveis taxonômicos. Somente parasitos de brânquias foram selecionados porque eles compõem o grupo melhor conhecido de monogenoideos na Região Neotropical. Para avaliar a estrutura das redes foram calculados aninhamento e modularidade para cada rede. Como estamos lidando com uma região biogeográfica, a distribuição espacial foi incluída ao modelo nulo uma vez que espécies que não co-ocorrem não têm chance de interagir. As interações entre as famílias de peixes e gêneros de parasitos foi caracterizada por ser modular, mas não aninhada e evidenciou a estruturação dos gêneros de parasitos entre as ordens de peixes. Por isso, a distribuição dos gêneros e espécies de parasitos entre as espécies hospedeiras foi analisada separadamente para cada uma das três maiores ordens de peixes (Perciformes, Siluriformes e Characiformes). Em geral, essas redes apresentaram baixa conectividade e organização em módulos, por vezes associados às famílias hospedeiras. A modularidade observada não foi decorrente da estruturação espacial das espécies nas bacias hidrográficas, uma vez que o grau de modularidade foi significativo mesmo quando comparado ao modelo nulo que inclui a distribuição espacial das espécies hospedeiras. A probabilidade de uma interação ocorrer depende da coocorrência das espécies que interagem em uma dada localidade na escala de tempo ecológico. Porém a história evolutiva dessas espécies deve ditar quais interações são possíveis. Apesar da maioria das espécies e gêneros de parasitos serem específicos a sua espécie hospedeira ou a um grupo filogeneticamente próximo de hospedeiros, alguns parasitos são mais generalistas. Os resultados desse capítulo evidenciam a influência da filogenia dos hospedeiros sobre a distribuição dos Monogenoidea que parasitam brânquias de peixes e também sustentam a influência esperada do tipo e intimidade da interação sobre a estrutura de redes parasito-hospedeiro. Além de olhar para a estrutura das redes, é de fundamental interesse para ecólogos entender os fatores que geram, mantêm e restringem as associações parasito-hospedeiro, com implicações para estudos de doenças emergentes, controle biológico, invasões biológicas e respostas a mudanças climáticas. Estudos filogenéticos têm encontrado evidências para dispersão entre hospedeiros relativamente distantes, podendo estar relacionada a eventos de diversificação, em diversos sistemas parasito-hospedeiro. Entre parasitos monogenoideos, acredita-se que a ocorrência nos hospedeiros não pode ser explicada somente pelo modelo de coespeciação, mas que trocas de hospedeiro e especiação simpátrica devem estar associadas à origem de vários clados. O segundo capítulo deste trabalho objetiva buscar os fatores que moldam os padrões gerais de compartilhamento de parasitos, usando análise de caminhos como uma forma de gerar hipóteses sobre a evolução das interações entre os Monogenoidea e os peixes que ocorrem nos rios da Região Neotropical. O compartilhamento de gêneros de parasitos pelas espécies de peixes foi obtido do mesmo banco de dados utilizado no primeiro capítulo. As variáveis explanatórias incluíram o relacionamento filogenético, preferências ambientais, características biológicas e a distribuição geográfica das espécies hospedeiras. Os dados foram analisados com todas as espécies e gêneros, para cada uma das três maiores ordens de hospedeiros e separando parasitos com distribuição restrita e ampla. De forma geral, a filogenia tem o maior efeito direto sobre o compartilhamento de parasitos. Contudo, os resultados variam de acordo com o grupo de peixes e entre parasitos família-específicos e generalistas. Os resultados reforçam a importância de incluir a história evolutiva em estudos de associações ecológicas, porém outros fatores precisam ser adicionados para explicar os padrões específicos de alguns grupos. Distribuição geográfica das espécies hospedeiras nas bacias dos rios é um fator muito importante que aumenta a chance de colonização de hospedeiros não relacionados filogeneticamente, especialmente para os parasitos generalistas. Finalmente, as preferências ecológicas e características biológicas são fatores adicionais fundamentais para se compreender as interações parasito-hospedeiro.pt_BR
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.languagePortuguêspt_BR
dc.subjectTesespt_BR
dc.subjectPlatielmintospt_BR
dc.subjectParasitismopt_BR
dc.subjectPeixe de agua docept_BR
dc.titlePadrões de interação e diversificação dos Monogenoidea parasitos de brânquias de peixes dulcícolas na Região Neotropicalpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR


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