Programas de qualificação e relações de poder : um estudo de caso em uma organização bancária
Resumo
Resumo: A pesquisa aqui apresentada constitui um estudo de caso único, em uma empresa do setor bancário da cidade de Curitiba/PR, que é denominada Alfa, no qual se busca investigar em que medida os programas de qualificação são caracterizados como instrumentos das relações de poder e quais são os relatos dos trabalhadores frente a esses programas. Os programas de qualificação são práticas estratégicas de controle e dominação, dissimuladas, criadas para fins de produtividade, rentabilidade e comprometimento do trabalhador. Nesse sentido, o indivíduo se submete a esses programas com objetivos e desejos próprios, diferentes ao da organização, em meio a um sistema direcionado pelas relações de poder. Foram realizadas dez entrevistas semi-estruturadas, aplicações de trinta e um questionários e também foram feitas análises da proposta pedagógica, esta, presente no website da organização. Adotaram-se como referência algumas categorias de análise: Promessa de carreira; Culto à excelência e Culto à "imagem" organizacional. O tratamento dos dados foi realizado por meio do programa SPSS para análise estatística e a análise de conteúdo (Bardin, 2000) respectivamente. O embasamento epistemológico que guia a pesquisa é o materialismo histórico, e a teoria que embasa as análises é a Economia Política do Poder e alguns aportes da Psicodinâmica do Trabalho e da Psicossociologia, sendo o método dialético. Os resultados demonstram que a organização bancária Alfa apresenta um conjunto de práticas pedagógicas condenáveis contidas nos programas de qualificação, que visam instrumentalizar e adaptar o trabalhador às relações de poder entre o capital-trabalho no complexo da organização. Constatou-se a dissimulação discursiva como forma habitual de mecanismo de controle ideológico do trabalhador, sobretudo sutil, num processo que é baseado no modelo de produção flexível. Abstract: The research presented here constitutes a single case study, in a banking company in Curitiba/PR, which is called Alfa, in which he investigates the extent to which training programs are characterized as instruments of power relations and what are the reports of workers facing these programs. The training programs are practical strategic control and domination, disguised, designed for productivity, profitability and worker commitment. In this sense, the individual submits to these programs with their own goals and desires, different from the organization, in the midst of a system driven by the power relations. Ten interviews were conducted semi-structured applications of thirty-one questionnaires and also analyzed the pedagogical, this organization’s website. Adopted as reference some categories of analysis: Promise Career; Escellence Worship and Worship in the "image" organizational . Data analysis was performed using SPSS,for statistical analysis and content analysis (Bardin, 2000) respectively. The epistemological foundation that guides the research is historical materialism, and the theorie behind the analysis is the Political Economy of Power and some contributions from Psychodynamics of Work and Social Pysichology, and the dialectical method. The results show that the banking organization Alfa presents a set of pedagogical practices condemned in the programs of qualification, which a into implement and adapt the worker to the power relations between capital and labor in the complex organization. It was found as a discursive usual mechanism of ideological control of the worker, especially subtle, a process that is based on the model flexible production.
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- Teses & Dissertações [9326]