Aspectos clínicos e laboratoriais de cães com neutrófilos tóxicos
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Data
2012-05-28Autor
Fam, Ana Laura Pinto D'Amico
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Resumo: Durante o processo de injúria tecidual, os leucócitos são recrutados para os tecidos. Quando a
demanda de leucócitos ultrapassa a capacidade de armazenamento da medula óssea, aumenta
a produção e maturação de neutrófilos, principal célula de defesa. Os neutrófilos com
imaturidade de organelas citoplasmáticas são liberados na circulação precocemente. Estes
neutrófilos são chamados de “neutrófilos tóxicos”. O capítulo I descreve as doenças que
causam o aparecimento dos neutrófilos tóxicos circulantes; caracteriza os tipos de bactérias
nas causas infecciosas; descreve a quantificação e graduação das alterações tóxicas,
associando à taxa de mortalidade e às alterações hematológicas e bioquímicas. Observou-se
que doenças de diversas origens etiológicas podem levar ao aparecimento de neutrófilos
tóxicos circulantes, inclusive infecções bacterianas, principalmente aquelas causadas por
bacilos Gram negativos e Staphylococcus sp. A quantificação e graduação dos neutrófilos
tóxicos não demonstraram correlação com a doença de base, mas teve com a taxa de
mortalidade. O capítulo II descreve as alterações hematológicas e bioquímicas em cães com
neutrófilos tóxicos, comparando com os parâmetros obtidos de 60 cães doentes sem
neutrófilos tóxicos circulantes. Cães com neutrófilos tóxicos têm diminuição dos parâmetros
eosinófilos, linfócitos, albumina e ferro; aumento de leucócitos totais, neutrófilos
segmentados e bastonetes, monócitos, fosfatase alcalina, uréia e glicose. Os demais
parâmetros não sofreram alterações e cães com neutrófilos tóxicos podem ter parâmetros
hematológicos e bioquímicos dentro dos valores de referência. O capítulo III abrange as
proteínas séricas identificadas por eletroforese com gel de poliacrilamida de cães com
neutrófilos tóxicos e cães doentes sem neutrófilos tóxicos, comparados aos cães sadios.
Identificou-se, pela primeira vez, as alterações no perfil protéico de cães com neutrófilos
tóxicos. Observou-se elevação das proteínas haptoglobina, proteína C reativa, 1-
glicoproteína ácida e proteína com peso molecular 34.000 Da; diminuição das proteínas
albumina, transferrina e imunoglobulina A; não houve alteração nas demais proteínas
avaliadas. As conclusões finais são que cães com neutrófilos tóxicos podem apresentar
alterações hematológicas, bioquímicas e protéicas mais evidentes que cães doentes sem
neutrófilos tóxicos; outra doenças além das bacterianas levam ao aparecimento de neutrófilos
tóxicos, a quantificação e graduação dos neutrófilos tóxicos pode auxiliar na avaliação do
prognóstico em cães.
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