Aves do ambiente praial : atividade alimentar e ocupação do espaço em relação à disponibilidade alimentar em praias oceânicas e estuarinas
Resumo
Resumo: Este estudo buscou estabelecer uma relação entre a avifauna em atividade alimentar no ambiente de entremarés com a disponibilidade e distribuição dos organismos da macrofauna bentônica em dois ambientes praiais na Ilha do Mel, Paraná, Brasil. Foram estabelecidas duas áreas de 300 metros na Praia Grande e duas na de Brasília, representativas dos ambientes oceânico e estuarino, respectivamente. Em janeiro e abril de 2010 foram obtidas as características físicas das áreas e realizadas as coletas da macrofauna bentônica, enquanto a caracterização da avifauna ocorreu de dezembro de 2009 a abril de 2010. A partir do peso médio dos táxons mais freqüentes da macrofauna, obteve-se a biomassa disponível às aves. As áreas estuarinas apresentaram uma face praial estreita com alta declividade seguida por uma extensa planície de maré pouco íngreme. Enquanto as áreas oceânicas apresentaram uma face praial mais extensa e declividade menos acentuada que as áreas estuarinas. Para a avifauna foram registradas 14 espécies e destas, apenas Charadrius semipalmatus e Larus dominicanus estiveram nos dois ambientes. A análise considerando zonas e áreas como fatores revelaram diferenças significativas para o número médio de espécies de aves (ANOVA–g.l.=6; F=65,2; p<0,01) e de indivíduos (ANOVA–g.l.=6; F=110,9; p<0,01), onde uma das zonas saturada estuarina apresentou os maiores valores (Est.1). Os resultados do MDS mostraram a existência de associações de aves diferentes para cada ambiente. Em janeiro foram identificados 41 táxons macrobentônicos, sendo os mais abundantes Scolelepis goodbodyi (47,48%) e família Nereididae (18,98%). A avaliação das zonas das áreas revelou diferença significativa para o número médio de espécies macrobentônicas (ANOVA–g.l.=6; F=43,92; p<0,001), de indivíduos (ANOVA–g.l.=6; F=13,74; p<0,001) e para a biomassa (ANOVA–g.l.=6; F=13,86; p<0,001), sendo que uma zona saturada estuarina atingiu o maior valor para o número de espécies e biomassa e uma zona de retenção oceânica o maior valor para o número de indivíduos. Em abril foram identificados 58 táxons e S. goodbodyi (61,12%) foi quem mais contribuiu para abundância. Para o número médio de espécies a zona saturada se destacou no ambiente estuarino e a de retenção nas áreas oceânicas, existindo diferença significativa entre as zonas das áreas para este fator (ANOVA–g.l.=6; F=56,3; p<0,001). Para a biomassa foi constatada diferença significativa entre as zonas das áreas (ANOVA–g.l.=6; F=13,36; p<0,001), onde a zona saturada das áreas estuarinas diferiram entre si e das demais zonas, atingindo os maiores valores. Comparações entre as amostragens da macrofauna revelaram elevados valores para o número de indivíduos (Teste-t= -3,65; g.l.=1; p<0,001) e para a biomassa (Teste-t= -2,76; g.l.=1; p<0,01) em abril. Os táxons que mais disponibilizaram biomassa às aves foram Anomalocardia brasiliana, Tellina sp., famílias Lumbrineridae e Nereididae e Armandia sp. no ambiente estuarino e Donax hanleyanus, Excirolana armata, Scolelepis goodbodyi e Euzonus furciferus no ambiente oceânico. De modo geral, observou-se que a presença das aves em atividade alimentar nestas praias esteve associada à riqueza e biomassa da macrofauna bentônica disponíveis no ambiente. Abstract: Este estudo buscou estabelecer uma relação entre a avifauna em atividade alimentar no ambiente de entremarés com a disponibilidade e distribuição dos organismos da macrofauna bentônica em dois ambientes praiais na Ilha do Mel, Paraná, Brasil. Foram estabelecidas duas áreas de 300 metros na Praia Grande e duas na de Brasília, representativas dos ambientes oceânico e estuarino, respectivamente. Em janeiro e abril de 2010 foram obtidas as características físicas das áreas e realizadas as coletas da macrofauna bentônica, enquanto a caracterização da avifauna ocorreu de dezembro de 2009 a abril de 2010. A partir do peso médio dos táxons mais freqüentes da macrofauna, obteve-se a biomassa disponível às aves. As áreas estuarinas apresentaram uma face praial estreita com alta declividade seguida por uma extensa planície de maré pouco íngreme. Enquanto as áreas oceânicas apresentaram uma face praial mais extensa e declividade menos acentuada que as áreas estuarinas. Para a avifauna foram registradas 14 espécies e destas, apenas Charadrius semipalmatus e Larus dominicanus estiveram nos dois ambientes. A análise considerando zonas e áreas como fatores revelaram diferenças significativas para o número médio de espécies de aves (ANOVA–g.l.=6; F=65,2; p<0,01) e de indivíduos (ANOVA–g.l.=6; F=110,9; p<0,01), onde uma das zonas saturada estuarina apresentou os maiores valores (Est.1). Os resultados do MDS mostraram a existência de associações de aves diferentes para cada ambiente. Em janeiro foram identificados 41 táxons macrobentônicos, sendo os mais abundantes Scolelepis goodbodyi (47,48%) e família Nereididae (18,98%). A avaliação das zonas das áreas revelou diferença significativa para o número médio de espécies macrobentônicas (ANOVA–g.l.=6; F=43,92; p<0,001), de indivíduos (ANOVA–g.l.=6; F=13,74; p<0,001) e para a biomassa (ANOVA–g.l.=6; F=13,86; p<0,001), sendo que uma zona saturada estuarina atingiu o maior valor para o número de espécies e biomassa e uma zona de retenção oceânica o maior valor para o número de indivíduos. Em abril foram identificados 58 táxons e S. goodbodyi (61,12%) foi quem mais contribuiu para abundância. Para o número médio de espécies a zona saturada se destacou no ambiente estuarino e a de retenção nas áreas oceânicas, existindo diferença significativa entre as zonas das áreas para este fator (ANOVA–g.l.=6; F=56,3; p<0,001). Para a biomassa foi constatada diferença significativa entre as zonas das áreas (ANOVA–g.l.=6; F=13,36; p<0,001), onde a zona saturada das áreas estuarinas diferiram entre si e das demais zonas, atingindo os maiores valores. Comparações entre as amostragens da macrofauna revelaram elevados valores para o número de indivíduos (Teste-t= -3,65; g.l.=1; p<0,001) e para a biomassa (Teste-t= -2,76; g.l.=1; p<0,01) em abril. Os táxons que mais disponibilizaram biomassa às aves foram Anomalocardia brasiliana, Tellina sp., famílias Lumbrineridae e Nereididae e Armandia sp. no ambiente estuarino e Donax hanleyanus, Excirolana armata, Scolelepis goodbodyi e Euzonus furciferus no ambiente oceânico. De modo geral, observou-se que a presença das aves em atividade alimentar nestas praias esteve associada à riqueza e biomassa da macrofauna bentônica disponíveis no ambiente.
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