Influência de barragens hidrelétricas sobre a estruturação genética de Prochilodus Spp (Characiformes, Prochilodontidae) nas Bacias Hidrográficas do Rio Tocantins e do Rio São Francisco.
Resumo
Resumo: O crescente avanço econômico e social pelo qual o Brasil vem passando gerou uma grande necessidade de energia elétrica para suprir essa demanda. Esse desenvolvimento impulsionou iniciativas governamentais para ampliar o crescimento econômico, como a criação do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. No país a principal fonte de energia é oriunda de Usinas Hidroelétricas que causam impactos ambientais bastante severos em sua implantação. Mesmo com as vantagens substanciais para a geração de energia os impactos causados pela fragmentação populacional podem ser bastante severos, causando diminuição no número de indivíduos, pela simples mudança de habitat na formação dos reservatórios, e impactos na estrutura genética das populações isoladas. Essa fragmentação reduz a diversidade genética, interrompe o fluxo gênico entre populações, aumenta a diferenciação genética entre os isolados populacionais e em casos mais graves pode gerar extinção local. O presente trabalho buscou identificar padrões gerais de alteração da variabilidade e estrutura genética, causado pela implantação de hidroelétricas, nas populações de Prochilodus. argenteus e Prochilodus nigricans nos rios São Francisco e Tocantins respectivamente. Para tanto fragmentos da região controladora do DNA mitocondrial (D-loop) foram amplificados e seqüenciados de nove populações ao longo do rio São Francisco a montante e a usante das principais barragens em seu curso, e de duas populações no Rio Tocantins a montante e a jusante da hidroelétrica de Tucuruí. Os resultados mostraram não haver ainda sinais de estruturação genética entre os isolados populacionais. A análise do passado demográfico mostrou que as populações das duas espécies de Prochilodus vêm passando por expansões populacionais desde o Pleistoceno, e os índices de diversidade genética analisados obtiveram resultados muito altos. Mesmo que estes resultados sugiram ausência de impacto genético, eles precisam ser analisados com cuidado. Sugerimos que um elicado balanço entre o tamanho populacional, o tamanho dos fragmentos analisados, o tempo decorrido desde a fragmentação, o tempo de geração das espécies e a migração entre as populações são responsáveis pela homogeneização populacional encontrada. Esses fatores devem ser anal sados para efetuar manejo correto de espécies impactadas.
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